1 de dezembro de 2012

PORQUE A RUA ME FOI TIRADA?

Tem mais gente percebendo o espaço roubado...


Amigos...

Acabo de ver o vídeo do Mikael Corville-Andersen do COPENHAGENIZE.COM, site que sigo desde o começo do Pedalando & Olhando, durante uma das conferências TEDx em Zurique, Suiça.  O cara é fera. 

Ele fala uma coisa importante. Por milênios as ruas eram das pessoas. Não apenas para ir de um local a outro, mas também para interagir com os vizinhos, ter a possibilidade de adquirir alguma coisa, ou simplesmente parar e ver os outros passarem.  As ruas eram humadas, eram da nossa escala. Cavalos, carroças e carruagens eram usadas, mas sempre de forma respeitosa.  Gradativamente isso foi mudando e abrindo espaço para os carros e veículos motorizados em geral.  E as pessoas foram ao poucos acuadas, jogadas para as calçadas, perdendo o seu espaço e vendo o seu direito de ir e vir sendo controlado por equações e esquemas dos departamentos de controle e engenharia de tráfego. 

Amplas calçadas arborizadas e com ruas estreitas, foram reduzidas, espremendo ou removendo as árvores, encurtando o espaço do homem, e alargando o espaço para o carro.  Começou devagar, mas os motoristas eram cada vez em maior número, alimentados por políticas sem pé nem cabeça e pela falta de meios de transporte de massa de qualidade.  Cada vez se associando mais a riqueza e a felicidade com ter um carro até chegarmos no ponto máximo: os dias atuais!

As ruas não comportam mais carros e não são de borracha para isso, desde que a frota aumenta em 10% ao ANO! A proxima etapa é remover as poucas árvores que ainda existem, encurtar ou remover o que resta de algumas calçadas em bairros antes nobres como o Espinheiro ou Parnamirim. Devem pensar que não precisamos de árvores, que tudo que queremos é passar com nossos carros. E o resto da população que se esprema dentro de velhos ônibus, quentes, impontuais e massacrantes. Árvores? Para que?  Queremos a ordem do concreto, é o que devem pensar enquanto manejam as serras. 

Até quando nossa sociedade vai continuar pensando no próprio umbigo? Até quando os gestores vão continuar trabalhando para eles e para os carrocratas empedernidos? Quando não existirem mais calçadas e árvores, quando os carros passarem rente aos muros das casas, vão por elas abaixo também? Uma cidade sem árvores é um bloco de concreto frio no inverno, e tórrido no verão.  Como reclamar do calor no Recife se parecem querer que a cidade fique igual ao Parque Dona Lindu, concreto demais, matinho de menos?!?!

Será que um dia nossos gestores e nossa sociedade do Mal Perpétuo e Motorizado irão devolver as ruas que foram tiradas de mim e de toda as pessoas de bem do Recife??

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Um comentário:

  1. "Será que um dia nossos gestores e nossa sociedade do Mal Perpétuo e Motorizado irão devolver as ruas que foram tiradas de mim e de toda as pessoas de bem do Recife??"

    Resposta: não.

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010