23 de agosto de 2015

MELHORANDO ESSA REAÇÃO...

Amigos...

Hoje de madrugada, enquanto pedalava pela cidade, tracei uma interessante analogia que agora divido com vocês.  Talvez alguns não saibam, sou químico. Em química existe um ramo que estuda o EQUILÍBRIO das reações, quando os reagentes reagem para formar produtos, e ao mesmo tempo e intensidade, produtos se decompõem em reagentes.  A maioria das reações químicas não é maravilhosa, e muitas vezes a quantidade de produto formado no equilíbrio é mínimo. Chega até aquela quantidade e fica!  Cabe a quem estuda essa reação alterar as condições da reação para que ela apresente um bom rendimento. Que graça teria gastar uma tonelada de reagentes para obter um quilo de produto? Para isso, então, estudamos o equilíbrio e como podemos desloca-lo para aumentar esse rendimento. Aumentar ou diminuir a pressão, aumentar ou diminuir a temperatura, variar as quantidades relativas dos reagentes, ou se tudo falha, usar um catalisador, uma substância que facilita de alguma forma a reação.  Claro, pode ser que seja preciso combinar várias ou todas essas alterações para que o equilíbrio seja afetado significativamente.

E o que tem isso a ver com bicicleta e mobilidade, homem de Deus?

Ora, trânsito é como o movimento molecular durante uma "reação".  Carros, motocicletas, ônibus, bicicletas e pedestres se misturam.  Todos reconhecem que essa "reação" anda empacada.  O "rendimento" dela é baixo, demora muito até atingirmos os produtos (o nosso ir e vir sem problemas).  Do ponto de vista do trânsito que nós ciclistas queremos, fluindo sem problemas, sem barreiras e seguro, acreditamos que a remoção dos carros seria o ideal.  Reduzir esse "reagente" melhoraria o fluxo rumo ao nosso "produto". Mas isso não vai rolar de graça, porque esse "reagente" é muito abundante e gruda nas ruas. Reduzir os carros se consegue com melhora significativa do fluxo dos ônibus, mudança de cultura em geral, e melhora do fluxo para os ciclistas com ciclovias em grandes corredores.  A segregação parece ser um erro, dizem alguns, que deveria era haver respeito.  Mas as vias já são segregadas nos dias de hoje.  Todos com veículos pelo meio, todos sem veículos (pedestres) pelos cantos.  Nos corredores isso é óbvio. Agora, criam as faixas azuis, para segregar os ônibus e deixa-los fluir melhor.  Se construirem ciclovias, isso irá segregar mais, organizando o trafego nos corredores, onde corremos mais perigo devido a velocidade dos carros.  Ciclovias irão reduzir o medo de usar a bicicleta, outro processo que afeta nossa expansão.  Quase todo NÃO-ciclista questiona se existe risco ao pedalar na cidade. Ciclovias, praticamente acabam com esse medo. E isso já está sendo visto...em São Paulo.

Haddad, prefeito de Sampa, resolveu agir como catalisador, implantando as ciclovias na cidade. Ao fazer isso, mudou a composição do trânsito, diminuindo o número de carros,a  pressão do sistema público de transportes, e aumentando a quantidade de bicicletas nas ruas. No resultado geral, melhora da "reação". 

Recife tem condições estruturais ruins em alguns lugares, mas dizer que a Imbiribeira, Agamenon e Avenidas Norte e Sul não comportam uma ciclovia segregada é uma besteira.  Essa podia ser a solução, se o "nosso catalisador", modelo GEJU, não fosse tão ruim de química.  Pena!


Resumindo, tomar medidas que ofereçam alternativas seguras e mais eficientes para obter o "nosso produto" (retirar carros, melhorar muito os ônibus e construir muitas ciclovias) vai melhorar muito a nossa relação.




Isso se o cartel que controla a cidade deixar.

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010