30 de outubro de 2015

CICLOVIA TODO DIA...



Que não se diga que faltam ciclistas.
Sem ciclovia já temos mais de 3.000 dia na Caxangá.
Pode imaginar se tiver uma bela ciclovia de ponta a ponta?
Imagem: AMECICLO/Contagem de Ciclistas 2015.


Amigos...

Tem um tempo que milito com os pró-ciclistas.  Fui um dos que tiveram alguma esperança quando viram o surgimento das CICLOFAIXAS DE TURISMO E LAZER que a PCR se dispõe a colocar com apoio do Banco Itaú, pelas ruas do Recife aos domingos e feriados, desde 2012.  Não era uma esperança vã.  São Paulo tinha começado com essa ideia e logo após, partiu para as primeiras ciclovias permanentes.  Hoje São Paulo tem mais de 300 km de ciclovias permanentes na cidade e o prefeito Haddad não está com vontade de parar de fazer mais quilômetros. Recife, no entanto, nem começou.  Com um discurso evasivo sobre a "necessidade de realizar estudos", aprovou um Plano Cicloviário que nunca saiu do papel. Um único quilômetro não foi posto a disposição dos ciclistas.

Enquanto isso, cresce o número de carros nas ruas, engarrafamentos quase que a cada metro.  E como reação natural estimulada justamente pelas ciclofaixas de lazer, dois fenômenos aconteceram nos últimos 3 anos.  Primeiro, o fim do grupos organizados de pedal trocados por grupos menores todo dia. Segundo, muitos dos novos ciclistas perceberam que pedalar no Recife é ótimo, pelo clima e relevo.  Mas como diz a piada, "você não sabe o povinho que vai morar lá".  Muita reação dos dependentes do carro a perder um metro que seja de rua, agressividade, violência.  E os políticos não tem coragem de tentar novas soluções para resolver um problema que não tem como ser resolvido de outra forma. Não dá para fazer viaduto em todo lugar. Então, a cidade continua sem mobilidade.

A própria ciclovia de turismo e lazer mostrou que tendo ciclovia, aparecem os ciclistas. Antes, num domingo ou feriado, se contava nos dedos quem pedalava sozinho ou mesmo em um grupo de pedal. Hoje, milhares aproveitam a segurança que ela propicia.  Tudo aponta para termos #cicloviastododia .  Mas a PCR se faz de idiota. Ano que vem tem eleição.  Será que outro incompetente vai continuar se negando a ver o óbvio?

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28 de outubro de 2015

QUAL VAI SER A DESCULPA AGORA?



Amigos...

Recife é uma cidade plana, pedalar aqui é uma maravilha. O mais complicado é subir alguns viadutos mais íngremes.  Muita gente também reclama que usar uma bike no nosso sol escaldante cansa, você sua demais, etc... Então, seus problemas acabaram.  Aqui está esse projeto de um pequeno equipamento que transforma facilmente sua bike numa e-bike.  Um pequeno motor que impulsiona a roda por baixo do pedal, movido por uma bateria que parece ser mais uma garrafa de água. Simples, elegante, eficiente.

Qual vai ser a sua desculpa para não pedalar agora?

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21 de outubro de 2015

DESINFORMA E ENGOLE...



Amigos...

Estava assistindo o Jornal da Manhã segunda edição, agora ao meio dia.  Matéria sobre os cruzamentos perigosos e o número de pedestres atropelados.  Claro, a culpa é só do pedestre que não atravessou na faixa.  Ou dos motoristas que competem pelo espaço público.  E a prefeitura, fica como?

Vamos observar as duas imagens desse post. Na primeira, o tal cruzamento citado na matéria, PAISSANDU COM AGAMENON.  Observem que caminho sugerido pela CTTU (A) para os pedestres é um "primor" de má-engenharia, voltada apenas para garantir que os carros passem mais rápido.  A CTTU pode até dizer que isso é culpa do MANUAL DE DESENHO DE RUAS.  Mas isso não é problema para os pedestres, idosos, gestantes, mulheres com crianças de colo, etc, que muitas vezes usam o caminho B, sem nem pensar que estão atravessando fora da faixa, porque é muito mais curto. Ai, são atropeladas e morrem. Culpa dos pedestres.  Quem em sã consciência vai fazer o caminho A tendo o B tão mais curto?



E o problema está em toda a Agamenon. Na segunda imagem, nem alternativa o pedestre tem.  Ele desce do ônibus na frente do Português e quer ir para os centros médicos do outro lado da Agamenon. Daannnnn, ele não vai dar a volta completa indo até a Paissandu para fazer o caminho A e voltar até os centros médicos. NINGUÉM que possa vai fazer isso. O mais lógico é se arriscar no meio do tráfego de carros em alta velocidade, especialmente na descida do Joana Bezerra. E isso se vê todos os dias.

O mais chato dessas matérias é que não existe por parte da mídia um posicionamento correto em defesa dos mais fracos. Ela fica repetindo a ladainha de atravessar nas faixas, sem nem ao menos, observar que nem sempre existe a faixa para se usar de forma conveniente.

E isso é a cidade com prioridade ao pedestre e usuário do transporte público!

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16 de outubro de 2015

MINHA MÃE É UMA CARROCRATA...



Amigos...

Uma afirmação forte, mas minha mãe é uma carrocrata.  Aos 81 anos, ela não consegue mais se locomover se não for andando ou de carro.  Andar apenas para perto de casa e geralmente acompanhada, porque as calçadas não prestam.  Antes ela usava muito o sistema de ônibus do Recife, ia para todo canto sozinha porque entendia o quanto era difícil ir de carro para alguns lugares (mas se pudesse, ia de carro!). Mas hoje ela não consegue mais.  Os ônibus são muito altos para ela conseguir subir sem ajuda.  Sorte dela que pode pagar taxis ou que tem o filho que a leva para onde quer de carro. Mas ela não é carrocrata só por isso. Ela realmente aprecia o carro, gosta dele limpo, paga por isso.

Mas até ela está espantada com a quantidade de carros nas ruas. Costumo leva-la as compras de mês, aos médicos e exames, ou simplesmente para passear em algum shopping da cidade.  E todas as vezes, ela comenta que "essa rua não era assim", "olhe quanto carro, meu Deus".  Ruas que antigamente eram vazias, quando ela dirigia - até uns 8 anos atrás - hoje estão entupidas de carros estacionados.  Resultado de várias políticas erradas de um presidente analfabeto e sua cupincha, que tinham conceitos errados sobre mobilidade, espelhando tanta gente que acha carro motivo de status. Ou que tentavam a todo custo proteger empregos sempre de olho em não perder votos. 

Minha mãe também achava que ter um carro, dirigir um carro, era motivo de status e de liberdade de ir e vir.  Mas até ela entende que tem algo errado hoje, que as "soluções" foram erradas. Pensar que todo mundo tem de ter um carro, por ascender a um status econômico mais elevado, é um erro. Erro dela, erro dele, erro que atinge a todos, especialmente as pessoas realmente necessitadas de um carro, como ela e tantos outros idosos.

Isso, nossos governantes ainda não entenderam.

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14 de outubro de 2015

O TÍPICO CICLISTA DO RECIFE...

PREFEITO BÓRIS JOHNSON, de Londres.  Uma simples pesquisa de imagens com o nome dele em bike, oferece dúzias de imagens do mesmo tipo.

Amigos...

Inspirado pelo artigo publicado no THE GUARDIAN sobre os obstáculos culturais aos planos ciclísticos do prefeito de Londres, BORIS JOHNSON, resolvi refletir um pouco sobre os desafios sociais que temos ao pensar numa Recife ciclável. 

Boris deseja uma Londres cheia de ciclistas de todas as idades, etnias, gêneros, etc, mas enfrenta vários desafios culturais dos seus cidadãos.  A grande parte dos ciclistas diários lá são tipicamente homens, brancos, com menos de 40 anos, e com salários médios e altos.  Em pesquisa realizada por lá, os ciclistas são descritos como alguém ligado ao meio-ambiente, muito independente, de esquerda e vegetariano.  Resumindo, uma pessoa que sabe o que quer, que vive em um estilo que muitos consideram alternativo. Sob vários aspectos, usar a bicicleta lá é considerado "burguês" e não atrai nem aos afrodescendentes, nem os muçulmanos, nem a maioria das mulheres, nem aos asiáticos de Londres com a mesma frequência que aos demais.   Para essas etnias, se você faz sucesso compra um carro, e bicicleta é lazer ou coisa de criança.

Parece o Recife, de certa forma.

Até uns 4 anos atrás, os ciclistas que escolhem usar a bicicleta como meio de transporte diário eram homens de baixa renda, afrodescendentes em algum grau.  Ainda lembro do espanto que tiver quando soube que um amigo, programador em uma grande empresas, branco, classe média, saía da Torre e ia até Boa Viagem quase todos os dias de bicicleta para trabalhar. Era uma exceção quando pessoas de classe média só tinham coragem de pedalar na "manada" dos grandes grupos noturnos de pedalada.   Então, apareceu a ciclofaixa de lazer e turismo aos domingos e feriados que colocou o "gostinho" de pedalar na cabeça do "burguês", mesmo que ainda tímido.  Enquanto isso, os desgovernos federais facilitavam a vida do comprador de carros, as cidades se entulhavam, e mais e mais pessoas iam aderindo a bicicleta como meio de transporte a partir de suas experiências com as pedaladas de lazer.  Assim, hoje temos um mix maior de ciclistas do dia a dia, mesmo que em sua grande maioria ainda possa ser descrita como homens, afrodescendentes e de baixa renda. Mas a fatia da classe média vem crescendo entre os homens com perfil aproximado aos de Londres, homens, brancos e bem empregados. Infelizmente, ainda tem muita gente que pensa e age no modelo já ultrapassado de que "carro dá status", mesmo não saindo do lugar em intermináveis engarrafamentos.

Enfim, desafios culturais levam tempo para serem ultrapassados, e de certa forma, é bom ver que enfrentamos desafios similares aos de uma cidade considerada civilizada.  A grande diferença é que para nossa infelicidade, os nossos prefeitos não chegam aos pés de Bóris!

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7 de outubro de 2015

EMBARANGANDO 101


O embarangamento pode ter "função" adicional. Aqui, uma tira de borracha de câmara de ar foi usada para esconder as marcas da bicicleta e proteger o quadro contra arranhões dos suportes de bicicleta. Boa idéia! Foto: BIKE COMMUTERS

Amigos...

Estava lendo a BIKE COMMUTERS sobre o uso do EMBARANGAMENTO de bicicletas para evitar ladrões.  Embarangamento é a arte de disfarçar sua bicicleta como se fosse um bagulho, um "resto de feira", e não uma quase top-top chamariz de ladrão.  Não sei se isso funcionaria bem aqui no Recife, onde os larápios se contentam com qualquer R$10,00 para uma pedra de crack. Mesmo assim, creio que desestimula os ladrões mais sofisticados, mais "entendidos" no assunto bicicleta.  Acontece que é difícil embarangar sem prejudicar a performance - em alguns casos.  As bicicletas de corrida são normalmente sofisticadas e cheias de adesivos dizendo "me roubem", "me levem"... são equipamentos de ponta, caros, sofisticados, e que depois de roubados são passados por uma fração do preço - ninguém, além do dono, vai atrás - a polícia vai rir se o cara disser que pagou 20Mil numa bicicleta (e muitas custam até o dobro!).  As bicicletas de uso normal, todo mundo gosta de manter limpas, e muita gente até se vangloria: "A minha tem quadro de carbono, pesa um nadinha, e o grupo é top...", mesmo que use só na ciclofaixa de Lazer. 

Quando comprei a VIÚVA NEGRA (sim, Natasha Romanova, sim sou NERD!), em 2008, ela veio cheio de belos adesivos, que eu já avisado, retirei. Ela ficou então uma "pretinha básica".  Para embaranga-la, adesivei com refletivos de caminhão da 3M, cortado em tirinhas e colado no quadro, e fazendo o símbolo da aranha viúva negra (dois triângulos vermelhos).  Faziam ela muito visível num cruzamento à noite. Mas o tempo passou, e o quadro da Viúva teve uma ruptura insanável no suporte do canote.

Então veio a TROVÃO AZUL (sim, sou nerd mesmo!).  E piorou a situação.  O quadro não tem adesivos, mas relevos pintados, que não podem ser retirados. Embaranga-la ficou mais difícil. Tudo bem que encho ela de coisas, como bagageiros, cestinha, etc... mas isso só valoriza.  Bem de qq jeito, ficou difícil deixa-la feia e resolvi arriscar usa-la assim mesmo. Até agora, passou batido pelas "hordas drogadas".  Oremos...

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DE OLHO NA BIKE



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Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010