22 de novembro de 2015

CICLOFAIXA MARCO ZERO - IGARASSU 1: AURORA

Fonte do mapa: GoogleMaps. Linha em vermelho = CICLISTA EM RISCO. Linha em verde = CICLISTA PROTEGIDO.
Série REPORTES ESPECIAIS

Amigos

A PCR anunciou a intenção de estabelecer uma rota turística com uma ciclofaixa ligando o Marco Zero a Olinda, e futuramente a Igarassu.  A despeito das "boas intenções", o projeto tem vários empecilhos no meio do caminho, e para nem falar nas ideias "criativas" de quem trabalhou nele.


A paisagem até pode justificar...

A começar pela travessia da Ponte Santa Isabel, entre a praça da República e a Rua da Aurora.  A sugestão "criativa" foi que os ciclistas DESMONTEM e EMPURREM a bicicleta pela calçada! Muito criativa. Esse pessoal devia ganhar um prêmio: o IGNOBEL - O PRÊMIO PARA PESQUISAS SEM PÉ NEM CABEÇA. Definitivamente, o projetista nunca subiu numa bicicleta, ou subiu apenas para fazer uma "foto política", se isso saiu da cabeça de quem eu penso!

Descendo da ponte, entramos na rua da Aurora, e o projeto sugere que a ciclofaixa vá pelo cais da Aurora, onde já tem mesmo uma ciclovia INFORMAL (1).  Informal porque não tem marcação, sinalização, nada que diga que é, mas também não diz que não é, e tem cara de pista de cooper ou ciclofaixa.  Então vamos admitir que os ciclistas sejam melhor protegidos indo pelo cais, o movimento é grande, mas afinal rota turística fica privilegiada pelo cais, paisagem linda na maré cheia.  Porém, na maré vazia é que o bicho pega.  O manguezal é um depósito de lixo que tem de tudo. De pneu, televisão, colchão, até uma infinidade de lixo pequeno, sacos, garrafas, etc.  Muito turístico, bem descritivo de uma cidade que vive no mangue, mas não satisfeita quer morar mesmo é no lixão!
...desde que não se olhe de perto!  Lixo de todo tipo!


Seguindo por essa ciclofaixa, começam alguns problemas.  Em determinado ponto ela faz a volta, mais ou menos na frente do prédio do Banco Central (2), onde uma área enorme de estacionamento interrompe as possibilidades de passagem. O mais provável, jogar o ciclista na rua.  Porque logo a frente, depois do estacionamento tem uma pequena praça que termina na grade da Associação Brasileira do Cimento Portland (3) e seu estacionamento, tudo praticamente colado com a Ponte Limoeiro. 

Resumindo, esse é o trecho que achei que seria mais seguro, mas que é apenas metade seguro.  Duvido que a PCR tenha coragem de tomar espaço do carro na rua da Aurora para colocar um caminho seguro para o ciclista, assim como também acredito que não terá força para tomar espaço da Associação do Cimento Portland.

O ciclista nesse trecho, continuará sendo um ninguém!

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obs: em breve analisarei outro trecho, ainda mais cavernoso: Aurora-Agamenon.

17 de novembro de 2015

NINJAS

Melhor ser "árvore de natal" vivo(a), que "descolado(a) fashion" morto(a)!  ILUMINE-SE! 
Foto: SE LIGA LINKS

Amigos...

Afinal, o que é que custa a todo ciclista tentar se fazer mais visível nas ruas à noite?  Será que um adesivo da 3M de 3 reais é caro? Que tal pelo menos usar um CD ou DVD velho como refletivo?  Ontem passei por uma garota, pedalando na ponte do Sport, 21h, sem uma única luzinha, sem um único reflexo. Por sorte a posição dela fazia um contraluz mais ou menos visível. E passou a questão na minha mente: porque tantos ciclistas se recusam a usar algo que os deixe mais visível à noite?  O que me pareceu pior foi que a garota estava com fones de ouvido, provavelmente ouvindo música, e portanto, desligada do risco que corria.  Na descida dessa ponte tem um acesso ao túnel, e os carros costumam entrar afoitamente, sempre tenho cuidado de tornar essa fechada mais difícil, e para isso, uso minha visibilidade.

Inegável a obrigatoriedade dos motoristas darem preferência ao ciclista, mas para isso, os ciclistas precisam ser vistos!  Já perdi a conta de quantos "ninjas" ciclistas já vi passar: o cara está todo de preto ou azul marinho, numa bike preta e sem refletivo algum, e totalmente dependente da luz da rua (que no Recife, some quando mais se precisa) ou dos faróis e da atenção dos carros.  Risco elevado!

Também precisamos fazer a nossa parte para termos segurança ao pedalar!

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13 de novembro de 2015

NOVIDADES ILUMINADAS...


Amigos...

Encontrei algumas novidades no TUVIE para o ciclista que gosta de andar "paramentado" como "árvore de natal" pelas ruas.  Quem acompanha os posts sabe que defendo o uso de ítens de visibilidade a noite.  Defendo porque ajuda a respeitar mais o ciclista e porque as ruas estão cheias de "ninjas": a bike é preta, a roupa é preta, e o cara não gasta um centavo com uma fita refletiva ou uma lanterninha que seja. Mas quer ser visto de longe e respeitado, o que fica difícil!?!

Bem, aqui dois produtos interessantes: um par de luvas com LEDs que viram sinalizadores direcionais; e um capacete que se incorpora a bike para sinalizar suas mudanças de direção.


Esses dois produtos são para aqueles que pedalam a noite nas ruas desprotegidas, como no Recife. Claro que se você usa uma boa rede de ciclovias e ciclofaixas, sua necessidade diminui quase a zero, vc não vai nunca precisar disso. Dá para se virar só com fitas refletoras. Mas no "mangue" que é o trânsito do Recife, qualquer ajuda é bem vinda!

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6 de novembro de 2015

DO QUE É PRECISO...




CICLOVIA DA PAULISTA, feita pelo Haddad, em vermelho.
Quem quer faz, quem não quer cria um Plano e fica enrolando em estudos intermináveis!
Foto: CIDADE EM MOVIMENTO.ORG

Amigos...

Observemos que no Recife, desde a administração de João Paulo, existiram umas poucas iniciativas para estabelecer o modal bicicleta como meio de transporte individual. Essas iniciativas são sempre de implantação de trechos cicláveis, ciclofaixas e ciclovias. E praticamente todas, ligando o NADA A LUGAR ALGUM.  Esse tema já foi muito discutido aqui no blog, observando a descontinuidade dessa infraestrutura.  Enquanto o mundo constroi caminhos conectados e interligados para a bicicleta, aqui esses trechos são usados como "calaboca" para o cada vez maior e mais incomodo contingente de cicloativistas e ciclistas nas ruas.  A PCR e o ESTADO DE PERNAMBUCO parecem dizer "OLHA TOMA ESSE TRECHINHO AQUI, QUE A GENTE ESTÁ ESTUDANDO COMO BOTAR MAIS..." e os estudos nunca acabam e nunca botam mais.

Vamos agora comparar com uma decisão política diferente: A VISÃO DE HADDAD e de PENALÕSA para Sampa e Bogotá.  A decisão é tomada, a rede é criada e implantada, sempre pensando em uma conexão viável. O resultado imediato é que uma vez percebida como rede integrada para uso de ciclistas, torna-se uma opção viável para além daqueles que já pedalam, e aumenta o número.  Comparamos com Recife onde as rotas são quebradas e sempre colocadas em ruas onde a necessidade não é tão premente. Com certeza a cidade ganharia muito mais se fossem implantadas rotas em grande avenidas como Caxangá, Abdias de Carvalho e na Imbiribeira. São avenidas de alto fluxo e onde o risco de acidentes é alto, mas a PCR não reconhece que os ciclistas também as usam. Criam uma fantasia de que o ciclista só vai usar aquele trechinho dado de má vontade. É impensável que se construa uma grande avenida que comece e termine no nada, mas as ciclovias e ciclofaixas podem começar e terminar jogando os ciclistas no meio de um trafego dos infernos! Afinal, a gente faz o que quando chega no final? Desaparata feito o Harry Porter?  Olhe as duas pontas da ciclovia de Boa Viagem e entenda. Olhe as duas pontas da ciclofaixa da Arquiteto João Nunes e entenda.

O que é preciso é ter prefeitos e secretários que realmente usem a bicicleta, usem o transporte público e sintam na pele o que todo trabalhador passa diariamente. Não se pode ter mais planos cicloviários feitos e não cumpridos, ciclofaixas inauguradas levando o nada a lugar algum, ou falsamente integradas sem que todo o conjunto faça sentido para quem usa.  Quem sabe a gente não acha um candidato em 2016 que seja mais corajoso  e capaz de "peitar" os carros sem ficar com "medinho" de ser rejeitado na reeleição!

#cicloviastododia  #cicloviasintegradas 

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4 de novembro de 2015

QUANDO AS RUAS TEM DONO...

Sinceramente?! Você acha que se resolvem os intermináveis engarrafamentos
do Recife sem que o poder público estabeleça realmente a retirada de carros das ruas e a
prioridade do transporte público e da bicicleta? 

Amigos...

Acredito que ainda tem muita gente que acha que rua foi feita para carros.  Uma suposição sem base histórica, percebida assim devido a grande atenção que o poder público dá a mobilidade individual por carro. As ruas surgiram do alargamento dos primeiros caminhos. As pessoas sempre precisaram se mover, seja inicialmente para a caça, depois a agricultura, finalmente nas cidades.  Os caminhos eram compartilhados com cavalos de montaria, charretes e carroças, a medida que as cidades se formavam.  Em algum momento pouco mais de um século atrás, surgiram os carros.  Uma evolução das charretes e carroças, trocando o cavalo por tração mecânica movida a combustível fóssil, carvão primeiro, depois gasolina e diesel.  Hoje, estão querendo a troca por tração elétrica, mas de certa forma, ainda carros, ainda ocupando um espaço que, por definição, é de todos.  E isso é algo que não se percebe mais.

As pessoas foram cedendo espaço para o carro, primeiro confinadas às calçadas, reguladas por regras de conduta tipo "pedestre na calçada, atravesse na faixa, espere o sinal".  Condutas ditadas para que não houvessem mortes por choques com os automóveis, cada vez mais privilegiados. Os humanos pedestres foram sendo empurrados, tratados como sem direitos.  Na lei, "protegidos" por regras que de alguma forma sempre privilegiam os carros. Falar em pegar parte das ruas e reservar para os ônibus ou para os ciclistas, vira uma guerra em qualquer parte de uma sociedade humana que trata o carro como uma extensão do seu direito de ir e vir. Uma pessoa em um carro NÃO é mais importante que um pedestre ou ciclista, PELO CONTRÁRIO. Uma pessoa em um carro NÃO tem como ser mais importante que um ônibus cheio de pessoas, MUITO PELO CONTRÁRIO.

Nossos governantes discursam sobre o compartilhamento do direito de uso das áreas públicas, denominadas de ruas. Mas poucos praticam efetivamente qualquer política que estabeleça um real compartilhamento, doa a quem doer.  Infelizmente, por culpa nossa que os elegemos.

#cicloviastododia

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O QUE NOS DISTANCIA...

Amigos...

Rolou muita trolagem por conta de uma matéria da ciclojornalista Renata Falzoni sobre a "divisões" que ocorrem entre ciclistas.  Divisões de opinião, de vida, de vontade, que criam grupos separados dentro desse grande grupo que estou chamando de ciclistas.  Mesmo esse termo causa debate, alguns que usam a bicicleta de forma política não achando que aquele que só pedala por esporte ou lazer pode também ser chamado de ciclista.

Mas vamos por partes.  Ciclista é quem usa bicicleta, PONTO.  Não tem complemento nessa frase.  Ou melhor, qq complemento que você quiser usar, serve e não deve nem limitar nem restringir.  O ciclista pedala, PONTO.  Se ele quer ir comprar pão a 15 km de casa como se estivesse indo na esquina, bom. Se ele quer levar o filho para uma volta na ciclofaixa, ótimo. Se ele deseja sair com os amigos para uma pedalada à noite, com carro de apoio e ainda está disposto a pagar por isso, e o dinheiro não é meu, problema dele.  Cobramos de todos tolerância sobre as opções alheias. Ninguém é mais tolerante que o ativista, quando se trata do ativismo alheio. Mas no seu mesmo, onde ele conhece os problemas, muitos são intolerantes, vivem comparando, fazendo piada e tratando os usuários não intensivos como inferiores ou menores.

O que Renata falou e é uma grande verdade, é que não temos que nos dividir, não temos de cobrar posturas. Quanto mais ciclistas nas ruas, quanto mais a bicicleta é vista, que seja até em um transbike, ainda sim é uma bicicleta, ainda sim existe um ciclista ali naquele carro que está com o transbike, melhor para todos os ciclistas. O que o cicloativista quer é que todos sejam cicloativistas ou se comportem como tal. A partir do momento que exigimos que quem pedala tenha o mesmo comportamento, começa a intolerância com a diferença. Se pensamos, somos diferentes.  E devemos acomodar todas as correntes sobre a mesma "asa", porque isso nos ajuda, ajuda a todos. Deixar alguém de fora, meter um rótulo qualquer que diminua o outro, é exercer a intolerância que só prejudica nossa pedalada rumo a uma mobilidade mais justa.

Assim, como já coloquei, concordo e defendo essa postura.  CICLISTA USA BICICLETA.  E SEM COMPLEMENTOS!

#ciclistausabicicleta

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2 de novembro de 2015

VEM CHEGANDO O VERÃO....DE NOVO!

Pedalar socialmente é bem diferente de pedalar esportivamente.
Socialmente, a baixa velocidade, mesmo no sol forte você sua muito pouco. 

Amigos...

Céu azul, nuvens zero. Sol forte, brisa constante.  Chegou o HELLCIFE.  Época em que a cidade torra e o povo corre para o ar condicionado, em casa e no carro.  Mas em tempos de crise, energia elétrica e gasolina "matando" o consumidor, rola o desespero.  Imagina um daqueles engarrafamentos da Agamenon sem o ar condicionado? Vai ser uma sucessão de "UM DIA DE FÚRIA". 

Aí ao lado, passa um ciclista. 

Putz, maior solão no miolo e o cara passa pedalando?!?! Deve estar matando, pensa o engarrafado.  Enquanto isso, o ciclista passa, ouvindo VEM CHEGANDO O VERÃO, O CALOR NO CORAÇÃO, ESSA MAGIA... Calor? Que calor? 

Quem não pedala tem a impressão que pedalar ao sol é como andar ao sol. E não é.  Ao andar, você se desloca a uma velocidade máxima de 3 a 4 km/h.  Se você andar mais rápido, cansa logo ou sua mais, mesmo na sombra. A brisa que pode diminuir sua sensação térmica, teria de ser de pelo menos 10 km/h contrária a você para fazer algum efeito.  De bicicleta, você anda a 14 ou 15 km/h, uma velocidade de passeio mesmo, sem pressa alguma. Mesmo que o dia esteja completamente parado de vento, você está se deslocando a 15 km/h contra o ar parado, logo, você está fazendo seu próprio vento.

Com uma eficiência altíssima (creio que mais de 95%), a bicicleta te leva onde você quer ir, mais rápido, de forma mais fresca, e sem suar demais.  Você provavelmente irá suar como se estivesse parado ao sol, ou menos.

Então, chegou o verão.  Qual vai ser sua desculpa para não pedalar?

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DE OLHO NA BIKE



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Ei, QUER SUA FOTO AQUI TAMBÉM? Se tiver bicicleta nela, vale! Mande com uns 800 pixels de largura maior para CONTATO.RL@GMAIL.COM, com marca d'água, nome, email e/ou telefone. Atualizado todo final de semana.
No aguarde!

Original ROGÉRIO LEITE @ 2010