13 de fevereiro de 2017

ESPAÇO MEU OU NOSSO?

ÔNIBUS DE MENOS, CARROS DE MAIS...
Afinal, de quem é o espaço público?
Quem deve agir para e como reduzir a dependência do carro?
A gente tem coragem?

Amigos...

Numa conversa com amigos CICLISTAS, alguns expuseram o problema de como resolver o tráfego bloqueado que anda rolando no Recife nesses primeiros dias de 2017. O papo rolou sobre como tirar carros das ruas, e como atender as demandas por mobilidade com o transporte público que temos.

O transporte público do Recife é ruim. Mas não é só por conta da quantidade de carros que existe nas ruas ou porque não existem faixas exclusivas em toda cidade. É ruim porque é mal integrado, existem poucos ônibus, que vivem presos em um sistema de vias antigo, apertado, e sem condições de fluidez. Os BRTs da Caxangá andam a 20 km/h! E isso porque tem uma canaleta exclusiva e um sistema de alimentação de passageiros super-rápido.

Faz tempo que o P&O defende que precisamos dar um RESET na mobilidade do Recife. E sugerimos a seguinte rota de ação:

  1. tirar TODAS as vagas de zona azul do Centro expandido da Cidade, em um arco que vai até o começo da Caxangá, começo da Herculano Bandeira, fim da Cruz Cabugá quase Olinda. Sem vagas baratas, só quem tiver muitos recursos poderá pagar os exorbitantes preços dos estacionamentos privados...ou então, usar táxis ou uber para ir de carro. O resto, vai ter de usar o ônibus ou a bicicleta.
  2. Proibir o estacionamento de motocicletas nas ruas e calçadas do Centro contraído (região da Guararapes e  Dantas Barreto, até o Marco Zero e cercanias). Não vamos deixar a brecha de trocar o carro pela moto. 
  3. Transformar todo o Centro contraído em área pedonal, como se fosse um "GALO DA MADRUGADA" permanente. Os únicos veículos permitidos seriam as bicicletas, inclusive as de aluguel e  os rinquixás a pedal. Futuramente, veículos leves sobre trilho ou um bonde turístico local faria um giro pela borda da área pedonal.
  4. Todo o sistema de transporte público passar a usar o bilhete único, válido por uma hora.
  5. Todas as vias por onde passassem ônibus seriam dotadas de faixas exclusivas e sistemas de prioridade nas sinaleiras. Tornar o fluxo de ônibus prioritário.
  6. Todas as vias grandes teriam uma ciclovia exclusiva, indo dos bairros ao centro, e transversalmente nas perimetrais.
  7. O IPVA de carros no Estado deveria ser duplicado para reduzir o interesse em sua aquisição.
  8. O ICMS das bicicletas deveria ser zerado, aumentando a facilidade de aquisição e barateando a manutenção.
  9. Campanha de TV e rádio deixando claro que a Prefeitura e o Governo do Estado espera que as pessoas deixem seus carros em casa durante a semana, e usem o transporte público, as bicicletas, e se for extremamente necessário, táxis e Uber.
  10. Linhas de crédito específicas para destinar os carros à venda no estado para exportação, inclusive os carros usados.

Parece difícil que um dia algo assim aconteça? Não parece, É MUITO DIFÍCIL. E sabe porque? Por que o carro domina as finanças do estado e do município. O carro elege os políticos.  O carro mantém postos de combustível funcionando, com pagamento de ISS. Mantém oficinas, lojas e revendas de peças, distribuidoras, etc, com pagamento de ICMS.  E tudo isso sem falar no lobby das empresas de ônibus, nas cooperativas de taxis, do CDL que pressionaria para ter carros no Centro, etc... Imagina o desemprego causado por essas 10 medidas acima?

O problema não é apenas o excesso de carros. O problema são as múltiplas e variadas dependências que a cidade e o estado, e porque não, o país, tem com a indústria e o comércio dos automóveis. Tirar isso da reta, só na paulada.

Quem se habilita a levar a primeira porrada?

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Original ROGÉRIO LEITE @ 2010